Um conhecimento de ti, num sonho meu...




És o rosto que eu quero lembrar até ao fim dos meus dias,
És a fome que quero sentir até que me sirvam o banquete...
És o sonho que quero sonhar noite e dia...
És o calor que quero sentir quando a noite me arrefecer...
És o desejo que quero realizar...
Quero prender-te em mim sem ter de encontrar explicação...
Quero ter-te perto de mim onde eu estiver...
Quero partilhar os bons e os maus momentos contigo...
Quero carregar as tuas dores...
Quero fazer de ti o motivo das minhas lágrimas, dos meus sorrisos...
Deixa-me amar-te, ama-me...
Deixa-me viver esta fantasia sem limitações...
Deixa-me chorar chamando por ti quando a saudade me sufocar...
Deixa-me contar ao mundo que se passa comigo...
Deixa-me dizer que tu és o meu pecado...
Deixa-me guardar-te no meu peito como o alimento que minha alma,
meu corpo, minha mente precisam para me dar vida...
És o Amor que carrego em mim e quero partilhar com os que me
sentem viva!



(in memórias minhas...)

Medo...




Tive medo...
Olhei o lugar mais recôndito do meu ser
Receei a fustigante saudade de ti
Chorei silenciosamente...
Senti a demência da minha alma
Procurei estilhaços teus no meu corpo
Tive medo...
Quis encontrar a luz das estrelas
Quis discernir a solidão da melancolia
Vi somente o escuro dos meus sentimentos
Senti em meus ombros o peso do pecado
Tive medo...
Assombrada pela possível renuncia à felicidade, que parece fugir-me entre os dedos...
Ouvi o grito na voz calada
Os nós no meu âmago, que bate descompassadamente
Desfizeram-se com o acre das lágrimas que dançaram no palco do meu rosto
Agora, sinto-me perdida... E... Continuo com medo do que observo dentro do meu ser.

Noite...

Nos silêncios que a noite traz, sinto minha alma em pranto...
Olho o passado com uma saudade fustigante...
Meu peito sôfrego, bate descompassadamente como, se os gritos calados da alma o ensurdecessem...
A debilidade dos sentimentos sustenta meu corpo...
A noite envolve-me na sua escuridão...
Perco-me nas ruelas do meu eu, ecoam as loucuras que me prendem a ti e o mundo por momentos parece ser só nosso...


Surges de um nada que me arrepia mas, não quero negar...





Tantas vezes o mundo parece pequeno demais...
Como uma ínfima gota no oceano do tempo...
Um perder de rasto, um não saber se existe ou se simplesmente em algum lugar perdido ficou...
Das sombras, dos silêncios jamais esquecidos, renasce, surge de um nada, é como se o sol o trouxera, como se a lua sempre o tivesse em seu regaço sustentado...
Perguntas, afirmações constantes, sorrisos inquietos, palavras vãs...

É como se fosse um inverno... inquieta-me, deixa-me melancólica, dá-me vontade de negá-lo... mas... faz-me falta, gosto que se faça sentir vivo, que me dê vida, que me envolva nos seus mistérios... Ironias de um destino agreste, de um tempo de provação que se aproxima a passos largos... Busco e rebusco em mim, no tempo passado e futuro, as forças, as certezas, a tranquilidade que o presente não me mostra...
Espero... Vou esperando não sei o quê...