Saudade...




Choro manso... Porque, a saudade dói...

Vem...

(Foto de: ABrito)



Vem...
Decalca em mim o molde do teu corpo,
Suado,
Quente,
Suave,
Possesso de prazer...

Vem...
Silencia as palavras e dá-me a suavidade da tua pele,
Funde-a com a minha numa dança descompassada de desejo...
Subjuga a loucura que se apoderou de mim...

Vem e leva-me para qualquer lado longe daqui...

Desejo...

(Foto de: ABrito)



Sinto no corpo o pulsar da loucura a cada instante que te penso...

Zahir


(Foto de: ABrito)


A nudez dos nossos corpos...
A imagem ténue um do outro que a lua nos proporciona...
O quente,
O aroma suado da fusão dos nossos movimentos...
A luxuria, a loucura...
O olhar fixo um no outro,
O apertar,
O puxar,
O desejo,
A voz rouca,
Os gemidos,
O descompasso ofegante do prazer...
O coração a pulsar em cada centímetro da nossa carne,
Munidos de desejos, de vontades, de quereres...
Êxtase,
Limite,
Uma e outra vez...
Tornaste-te no meu Zahir...

Nós...


(Foto de: Paulo César)


Um olhar,
Um toque,
Um querer,
Um desejo...

Respiração ofegante
O âmago na ponta dos dedos...
Momentos em que o mundo nos pareceu parar
Poros libertos da seiva da loucura
Calor fundido pelos nossos corpos...


Paixão inebriante
Gemidos,
Beijos,
Palavras soltas,
Amantes,
Cúmplices...

Destemidos,
Sequiosos,
Insaciáveis,
Loucos,
Insanes...

Amo-te.

Sem rumo...


(Foto de: ABrito)


Sinto com absurdo a discrepância entre o meu âmago e a minha consciência...
Procuro um sentido que me acalme a alma...
Rebusco razões que me conformem nos momentos nefastos que se ostentam em mim...
As palavras tornaram-se vãs, os sentires demasiado controladores de mim mesma...
As razões perderam a sensatez, nada justifica, nada que possa encontrar me devolve sanidade às minhas atitudes perante o que quero atingir, perante o que sou e perante quem me rodeia...

Quebrou-se em mim o semblante mágico que tão bem revelava a forma de encarar, de coexistir comigo mesma, com os outros... Com a vida...
Onde estou? Como me encontro? Perdi-me...

Chegada ao ermo...

(Foto de: ABrito)
Longe das palavras...
Sentindo a alma...
Pairo no ermo do meu âmago...
Perco o rumo...
Defronto as incertezas...
Rebusco nas páginas do passado a coragem que me dava alento...
A cada passo que dou, decalco no chão pétreo fragilidades que de mim brotam a cada instante...
Tomo o sulco da saudade...
O néctar da derrota...
A frustração de me dar por vencida, exausta...
Caminho sem norte, debruço-me no abismo...

Incontrolável o querer, o desejo...
Desconheço-me fraca, ambígua...
Degusto a insanidade, a impulsividade...
Não sei mais onde se situa a saída do labirinto em que se tornou a minha existência...