Ira...
Na penumbra da minha alma, dissipam-se os meus sentires...
Fixo o olhar no vazio, imploro ao silêncio que me estrangule os pensamentos nefastos...
Meus dedos agitados percorrem as lágrimas que ressecam minha pele do rosto...
Soluço a raiva que me invade o âmago...
Perco-me na dor que consome as minhas entranhas...
No céu medonho abrem-se fendas que parecem querer engolir-me...
Aconchego-me no chão pétreo e sinto a solidão a devorar-me...
Tento mover-me em vão...
Faltam-me as forças, sinto-me fraca, pequena, uma mísera gota num mar imenso de águas turvas...
Resta-me conter a ira, sussegar a alma, repirar lentamente e tentar atenuar este fustigante sentir!