Perdida nos sentires...
Perdida num choro manso...
Inundada por um desejo fustigante,
Sentimentos ocultos
Palavras vãs, estrangulando o âmago
Na carne o arrepio gélido,
Na alma o semblante triste de um querer...
Apareceste no momento impróprio,
Na altura incorrecta dos sentires amedrontados...
Deixo correr nas entranhas as lágrimas sôfregas
Procuro a acalmia do bater do coração...
Perco-me, grito silenciosamente
Ouço os ecos doridos da fragilidade
Procuro-te em mim,
Procuro-te na solidão dos sonhos...
Não sei se posso sentir mais a dor
Não sei como, não sei porquê...
Olho o céu imenso, escuro, medonho
Bebo a saudade como se copos de água fossem...
Banho-me em lâminas aguçadas de recordações,
Vislumbro incertezas,
Dispo-me de paz,
Galopa em mim um turbilhão de sentires amordaçados.